12 de maio de 2012

Ócio

Arrasta-se o tempo e com ele a vontade, arrasada pela insignificância que nutre por ela. Reduz-se à poeira que se lhe figura, impávida perante o desfile do seu retrato, uma espectadora de si própria. Consome-a a fadiga do silêncio, enquanto o sopro se passei mesmo à sua cabeceira, sugando-lhe os passos que entretanto se tornaram pesados e desnorteados. Pousa a cabeça, extravasam-lhe os pensamentos vagos, tão presentes e reais quanto os dias que os sustentam. Extingue-se a certeza e assenta-se sua fantasia, consolada pela suposição de uma manhã se encontrarem...

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