16 de junho de 2012
Abstracto
Quente o corpo demente, revê-te em cinzas num espaço presente onde o tempo tantas vezes delinquente passa as veias de um caminho desfeito pelas lágrimas recentes. Ouve o que o grito diz e senta-te na brasa de segredos inconvenientes, eloquentes. São moucos os passos que te alucinam nesse trotear de palavras que em nada elucida. Abstracto. Estranha palavra em que me trato, retrato, o que faço, somente porque sinto ou desfaço. Realizo um prefácio, perfeitas falácias em rios queimados. Oiço a brisa num embalo, fecho os olhos e desmaio.
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